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Nacionalmente reconhecida, escritora Augusta Faro é duplamente egressa pela UFG

Em 20/11/20 11:00.

Formada em Pedagogia em 1967, Augusta retornou à UFG em 1992 para o mestrado em Literatura e Linguística

Texto: Ana Paula Vieira

Foto: Acervo Pessoal e Divulgação

Augusta Faro, escritora goianiense com dezenas de obras publicadas, é duplamente egressa da UFG: graduou-se em Pedagogia em 1967 e tornou-se mestre em Literatura e Linguística pela Faculdade de Letras em 1992. Na área da Educação, fundou a Escola Infantil Piaget em 1980, mas é pela Literatura que ela declara sua paixão: “minha vocação mesmo era escrever, continuo escrevendo e hoje tenho uma obra grande”.

A obra de Augusta começou pelas páginas dos jornais locais, mas depois se desdobrou em poemas, contos, crônicas que ganharam destaque nacional. O livro “A Friagem”, de 1998, recebeu o reconhecimento da crítica nacional e foi adotado em vestibulares. O primeiro livro de poesia infantil goiano é de sua autoria: “O azul é do céu”, de 1990.  

Membro da Academia Goiana de Letras e da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Augusta contou em entrevista à Sempre UFG que continua escrevendo e que tem intenção de lançar um livro de poemas depois que a pandemia passar. Ela também falou sobre a importância da Universidade na sua trajetória e comentou a atual relação das pessoas com a Literatura.

Como foram seus anos de estudo na UFG? 

Eu fiz Pedagogia e o curso funcionava na Escola de Engenharia. Formei em 1967. Em 1992, fiz mestrado em literatura e linguística lá no câmpus [Samambaia]. Meus professores eram ótimos, o Basileu, o Ártico, só gente boa! Sempre professores bons, que a gente tinha o maior prazer de assistir às aulas, era uma coleção de gente boa. A gente estudou numa sala emprestada da Escola de Engenharia.

E depois teve o mestrado na área de Letras?

Eu já escrevia e um professor meu me incentivou a fazer o mestrado. Escrevi 21 anos no folheto Almanaque, do jornal O Popular. Faço literatura infantil e fiz o primeiro livro de poesia infantil em Goiás: O azul é do céu. Eu também já escrevia poemas no Popular, o Miguel Jorge dirigia o caderno de literatura. Depois publiquei o primeiro livro de poesia pela fundação cultural em 1982. Aí disparei, fiz vários de poesia, o que mais fez sucesso foi A Friagem, saiu na Revista Veja, entrou no vestibular. Depois teve Boca benta de paixão. Esses dois livros têm tradução para alemão, inglês e espanhol. Também escrevi alguns contos. O que me deu muita base pra escrever também foi o mestrado de literatura e linguística, que me deu muita informação, muita leitura, foi muito bom. 

Quais foram os reflexos da formação na UFG para a sua vida e carreira? 

O curso de Pedagogia foi muito bom também. Eu fundei uma escola com minha irmã em 1980, lá no Pedro Ludovico. Minha irmã também estudou na UFG, a família nossa todinha estudou na UFG. Eu admiro muito a UFG, os professores são excelentes, todos com mestrado, doutorado, formação muito boa. Eu tive excelentes professores, como o Basileu Toledo França, o professor Ártico. Fui homenageada pela UFG em 2017, em uma solenidade lá na Faculdade de Medicina em que umas quinze pessoas de várias áreas foram homenageadas e eu fui pela área de educação. Eu andei na educação mas minha vocação mesmo era escrever, continuo escrevendo e hoje tenho uma obra grande. Tem um livro meu, chamado Alice no país de Cora Coralina, que fez um novo turismo em Goiás porque os meninos trabalham com ele na escola e depois vão viajar para visitar a casa de Cora. 

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Augusta Faro é autora de diversas obras de contos e poemas

 

Quais são as principais lembranças que você tem da UFG?

As melhores recordações que eu tenho são da UFG, eu ainda tenho vontade de fazer um curso na UFG, gosto muito de jornalismo. Humanas, em geral, eu gosto, mas meu sonho de mocinha era fazer Medicina. Mas casei nova, tive filho nova. Eu estava estudando e deixava meus meninos com minha mãe e minha irmã. Ia para a faculdade, chegava em casa tinha os filhos, mas eu gostava tanto… Gosto de ler, de escrever, era importante pra mim o curso na UFG. Meu filho Frederico nasceu em novembro de 1967 e eu me formei em dezembro. O André nasceu em 1971.  Eu tenho vontade de voltar para a faculdade só que eu acho o trânsito de Goiânia tão complicado... E hoje avançou muito a internet, e eu sou meio analfabeta nessa área porque eu tinha preguiça, agora que estou fazendo mais um pouco de esforço, você vai mexendo sozinha e vai aprendendo.

Falando em internet, como você vê a relação das pessoas atualmente com a Literatura? Acha que com a internet isso mudou muito? 

Eu acho que foi perfeita a invenção da internet e de tudo o que existe agora, mas eu acho que a leitura perde muito, o pessoal lê pouco, lê jornal muito pouco... Tudo pelo online, eu não consigo ficar lendo online, eu prefiro o papel na mão, o jornal na mão, as revistas, assino várias… Faço questão de ter o objeto físico na mão e, por mais que evolua, sempre vai ter um monte de gente que vai preferir o objeto físico. Uma coisa não exclui a outra, sempre vai existir o livro e o jornal. O Brasil ainda é mto atrasado, povo ainda deslumbrado com a internet, não tem o hábito de leitura. 

E ainda continua escrevendo? 

Eu tenho escrito para consumo interno… [risos] Eu faço diário desde os 16 anos de idade e tenho feito uns poemas… A gente tá um pouco pessimista por causa da Covid. Perde um pouco a alegria de escrever, mas ao mesmo tempo é um salva vidas, um refúgio, uma terapia… Tenho um caderno grosso com poemas e pretendo, passando toda essa guerra, estando vacinada, lançar um livro ainda de poemas. 

É egresso da UFG e quer contar a sua história para a gente? Entre em contato: sempreufg@ufg.br.





Fonte: Sempre UFG

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