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Ronaldo da Veiga Jardim: ligação familiar com a UFG e com a ortodontia goiana

Em 26/11/20 18:53.

Egresso da UFG, Ronaldo dá continuidade ao legado do pai, Alpheu da Veiga Jardim, um dos fundadores da Faculdade de Odontologia

Texto: Ana Paula Vieira

Fotos: Acervo Pessoal

O odontólogo Ronaldo da Veiga Jardim estudou na UFG entre os anos de 1975 e 1979, mas a sua história com a Universidade vai muito além dos anos da graduação e está diretamente ligada a sua história familiar. Seu pai, Alpheu da Veiga Jardim, foi um dos fundadores da Faculdade de Odontologia (FO) da UFG, depois atuou como docente e diretor na FO. Seu tio, Edilberto da Veiga Jardim, lecionou a disciplina de materiais dentários e se aposentou na Universidade. Seu irmão, Alfeu da Veiga Jardim Filho, fez graduação, mestrado e foi professor na UFG. Seu filho, Alexandre da Veiga Jardim, fez mestrado na UFG e agora está nos anos finais do doutorado em Ciências da Saúde da instituição.

Os laços de certa maneira familiares com a UFG são tão profundos quanto o pioneirismo dos Veiga Jardim na Ortodontia goiana: Ronaldo conta que o pai, Alpheu, foi o primeiro ortodontista de Goiás. O patriarca foi autodidata na área, mas Ronaldo não só se especializou, como criou um curso de especialização em Ortodontia em Goiânia, onde formou vários profissionais, entre eles os dois filhos, Alexandre e Lara. Em entrevista à Sempre UFG, Ronaldo contou histórias e memórias dessa profunda ligação da família com a UFG e com a odontologia goiana. 

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Nome da Biblioteca Central da UFG homenageia Alpheu da Veiga Jardim (Foto: Carlos Siqueira)

 

Quando estudou Odontologia na UFG? Como foram esses anos de estudo?

Eu fiz o meu curso de 75 a 79. Naquela época, a gente ficava em média dois anos no Câmpus fazendo matérias em conjunto com farmácia, bioquímica, medicina… Dois anos em convívio com todo esse pessoal. No terceiro ano, vamos para a Faculdade de Odontologia, na Praça Universitária. O prédio antigo da Odontologia não era onde é hoje, antes era do lado direito da Praça Universitária. Era tudo muito antigo, mas foi uma convivência fantástica. Até hoje tenho grandes amigos que não são só os da minha turma, também fizemos amizade com professores. Foi uma época marcante, foram cinco anos bem intensos e muito proveitosos. 

Quais são as principais lembranças que o senhor tem da UFG e como elas influenciam a sua trajetória profissional e de vida? 

Eu me lembro que durante os anos que passei na graduação, a gente ia muito estudar na Biblioteca que era em frente a Odonto, na Faculdade de Direito, e na Biblioteca Central da Universidade. A gente tinha aula o dia inteiro e o período que não tinha, a gente ia para lá. A Biblioteca tinha o nome do meu pai [Alpheu da Veiga Jardim]. Meu pai foi professor, diretor da Faculdade de Odontologia e, quando ele faleceu, para homenageá-lo, colocaram o nome dele na Biblioteca. A gente ia para lá com gosto, era bom ter o nome do seu pai, isso era bem legal e me marcou muito. Os colegas achavam interessante e como quando eu fiz faculdade tinha pouco tempo que ele tinha morrido, pois ele morreu em 73, todos os professores conheciam meu pai. Eu já conhecia muitos, porque meu pai tinha muitos amigos que frequentavam minha casa e o ambiente da Faculdade para mim era um ambiente muito ligado a ele. Eu sempre fui muito ligado ao meu pai. Até hoje, depois de 50 anos de morte… Foram muitas homenagens a ele e sempre os colegas participavam. O Conselho Regional de Odontologia também o homenageou, além da própria Faculdade. Foram momentos emocionantes.

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Ronaldo recebendo o diploma da graduação em Odontologia na UFG

 

Na Odontologia, a sua família foi pioneira na Ortodontia em Goiás. Como foi esse processo?

Meu pai foi um dos fundadores da Faculdade de Odontologia e naquela época não tinha pós em Ortodontia. Ele foi autodidata. Viajava, ia para fora, para outros países, tinha uma turma em São Paulo muito ligada à USP, à Unicamp e participava de muitas reuniões e congressos. Ele introduziu a disciplina de Ortodontia na Faculdade, em Goiânia e foi o primeiro ortodontista em Goiás. Naquela época, era muito difícil adquirir material, era tudo importado, não tinha indústria brasileira de materiais ortodônticos. Então meu pai montou uma clínica e dois dos seus assistentes na Faculdade foram para o consultório dele. A turma que era da cadeira de Ortodontia era a turma da clínica do meu pai. Eu também gostava muito e quando terminei a Faculdade fui buscar uma pós em Ortodontia e fiz na Unicamp. Fiz mestrado e depois que eu terminei o curso, vim para Goiânia, montei a clínica e logo depois começamos uma turma de um curso de especialização em Ortodontia, que foi o primeiro curso de Goiânia. Era na Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Mantivemos esse curso por 20 anos. Era um curso de excelência, com carga horária de 2.600 horas, três anos de duração e inclusive meus filhos depois estudaram nesse curso, eu fui professor deles. Minha filha atua na área clínica e meu filho trabalha na clínica, fez o mestrado na UFG e agora está terminando o doutorado em Ciências da Saúde, também na UFG. Na nossa história, todo mundo se envolveu com a Ortodontia, temos um legado. Meu pai foi uma pessoa muito dedicada a essa área. Ele gostava muito da Universidade, para ele era um sonho que ele conseguiu realizar através da docência e da direção da faculdade. 

Nessa relação de tanta proximidade com a UFG, quais foram os reflexos da formação que ficaram para a vida?

Existe uma relação de muitos professores com a qualidade do ensino. Naquela época, a qualidade de ensino era gigantesca. Eram professores que se dedicavam mesmo ao magistério. A Odontologia tem uma carga teórica muito grande e uma necessidade de prática muito grande também. A gente teve essa questão da prática clínica dentro da Faculdade, que era muito interessante, de muita qualidade. Era uma turma de 30 alunos, o nosso relacionamento era muito próximo e em função dessa proximidade a gente conseguia absorver muita coisa dos professores, que tinham prazer em nos ensinar. Vejo que meus colegas são muito amigos desses professores até hoje. A qualidade foi fantástica. Foi um curso de cinco anos e nosso aproveitamento foi muito bom. Minha turma até hoje tem contato e tenho muitos amigos desse grupo. 

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Ronaldo durante a graduação, com o professor Édson Wady Abrão

 

E com todo esse legado na Odontologia goiana, continua atendendo? 

Direto! Não pode parar não. O fato de meus filhos entrarem na sociedade acabou sendo uma injeção de ânimo para a gente. Isso me mantém muito dentro do trabalho, das questões de atualização, porque eles trazem sempre coisas novas. Agora estamos fazendo toda uma parte para a Clínica [Veiga Jardim Odontologia] ficar totalmente digital, um trabalho não só complexo como também muito oneroso. É uma mudança muito radical para quem está na especialidade há muito tempo. É um avanço grande e a participação deles me motiva muito mais. A gente trabalha junto, o Alexandre dá aula em Universidade. Ele gosta muito da parte de pesquisa e da docência. Agora mesmo eu estava em casa assistindo um congresso na Alemanha, com a minha filha. A gente está sempre tentando se atualizar, as novidades na Ortodontia não param. O que eu aprendi na pós em 1981, pouca coisa ainda se faz hoje; para se manter na especialidade tem que se manter atualizado. 

Para conhecer a Veiga Jardim Odontologia e acompanhar o trabalho do dr. Ronaldo, acesse: https://www.veigajardim.com

É egresso da UFG e quer contar a sua história para a gente? Entre em contato: sempreufg@ufg.br.

Fonte: Sempre UFG

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