Rafael Struziatto conta sua trajetória na graduação e na música
Cantor e egresso pela Faculdade de Informação e Comunicação conversa com a Sempre UFG
Texto: Flávia Novais Cardoso
Rafael conta como ingressou no curso de Publicidade e Propaganda, como a vivência da Universidade contribuiu para sua carreira musical e fala de sua homenagem à Instituição, uma tatuagem da logomarca da UFG.
Gostaríamos de começar pedindo que você nos conte um pouco de como foi sua trajetória em Publicidade e Propaganda; em que ano você ingressou, como foi esse percurso e o que mais te marcou na sua graduação?
Que difícil! Não sei dizer qual foi o momento mais marcante; foram muitos. Bem, eu ingressei em 2017, vindo do interior de São Paulo, acho que conhecia uma pessoa de Goiânia, então vim totalmente às cegas, e foi uma das melhores experiências que eu tive; foram quatro anos e meio sensacionais, incríveis mesmo! Conheci amigos incríveis, fiz música – muita música – por Goiânia, conheci professores maravilhosos. Tudo o que eu sei de Publicidade foi através da UFG, então a UFG é uma instituição que marcou muito, Goiânia é uma cidade que marcou muito, tenho muita representatividade. Por isso eu não consigo escolher só um momento, são vários momentos, graças a Deus, vários momentos muito bons, muito positivos, que agregaram muito na minha trajetória profissional não só como publicitário, mas também como cantor, tudo me deu muita bagagem para ser compositor, ser publicitário, ser esse criativo que “temos que ser”, que o mercado nos obriga a ser.
Você já era cantor antes de entrar para o curso de Publicidade na UFG ou as duas coisas aconteceram juntas?
Já sim, mas estava bem no início da carreira. Eu tinha começado [a cantar] em 2015, mas não estava dando tão certo, foi a partir de 2017/2018 que comecei a produzir de forma mais profissional, colocar as músicas nas plataformas de streaming. Fui me profissionalizando com o tempo, e a UFG me ajudou muito a alavancar essa profissionalização; as pessoas que eu conheci lá, pude ter um público maior, um alcance maior para poder divulgar minhas músicas, tudo foi contribuindo, não foi só um fator, mas foram vários fatores juntos que contribuíram para o meu estilo de vida artístico, digamos assim.
Então podemos dizer que você entrou na faculdade de Publicidade e Propaganda e foi ajudado pela UFG até na carreira de músico?
Pois é! E me ajuda até hoje porque, o que é preciso fazer? É preciso publicar minha música, mostrar minha música para as pessoas; não adianta fazer uma música e deixar ela só para mim, porque não vai fazer sucesso nenhum, as pessoas não vão conhecer. Então Publicidade e Propaganda foi o curso perfeito pra mim! Se fosse administração seria bom? Seria muito bom, mas acho que não seria tão bom quanto a publicidade foi para mim, pois a publicidade me ajudou de “n” maneiras; eu sou super grato. Muita coisa do que eu sei - quase tudo - veio da UFG, de fato.
Você sempre quis ser publicitário ou esse desejo surgiu na época de fazer o ENEM e você acabou chegando na Publicidade?
Foi quase isso. Antes de tudo mesmo, eu queria fazer Artes Cênicas. Fiz 2 anos de teatro e falava para mim mesmo: “Nossa, é isso! Imagina, poder fazer uma Universidade em que vou poder atuar, melhorar meu desempenho técnico e coisas do tipo…”. Mas então eu descobri que é preciso conhecer muitos autores antes de entrar, tem uma prova técnica, não é só fazer o Enem, pegar a nota e pronto, passou. Não, é preciso fazer uma prova técnica, mostrar seu nível de atuação, o que você sabe de outros autores, essas coisas particulares, mais específicas do teatro.
Então cortei essa opção e falei para mim mesmo: “beleza, preciso trabalhar com comunicação, eu sou da área de comunicação”. Descobri que o curso de Rádio e TV na Unesp de Bauru, porém Rádio e TV era – e é ainda – um curso que fica muito atrás das câmeras, onde se trabalha com produção, roteirização, as partes mais técnicas da gravação, do audiovisual; e eu não queria isso. Em seguida fui para o básico, o passo natural dentro da Comunicação, digamos assim, que é o jornalismo. Queria ir para o jornalismo, tentei ir e não consegui; fiquei muito longe depois que acabei o ensino médio, então tive que fazer cursinho.
Fiz 1 ano de cursinho e conversei com um primo, que é formado em jornalismo. Ele conversou comigo e falou: “Olha, eu não acho que seja tão bom para você. Acho que a publicidade, por exemplo, é um curso mais abrangente, é da área de comunicação, você conseguirá aproveitar muito da sua criatividade”, e isso era uma coisa que eu queria. Não queria trabalhar em um escritório, onde precisaria redigir texto todos os dias, fazer procuração… não, eu queria trabalhar com uma coisa em que eu pudesse criar algo do zero, algo que pudesse impactar as pessoas de uma forma original. Então ele me deu essa luz de fazer publicidade e deu tudo certo. Depois de 1 ano eu consegui entrar pela chamada pública, no limite, e em 2017 eu consegui entrar, graças a Deus, lá em março; já tinham passado duas semanas de aula e eu entrei como se nada tivesse acontecido.
Você veio para Goiânia antes de passar para Publicidade?
Na verdade, eu fiquei sabendo que eu tinha passado numa terça-feira, no dia seguinte eu já estava indo para Goiânia, e na quinta-feira era minha matrícula, foi tudo muito junto, foi tudo de supetão, sabe?! Não foi nada programado, porque eu não estava esperando tanto, então quando eu vi meu nome – meu Deus! –, já saí do cursinho, liguei pra todo mundo… Nossa, foi lindo, maravilhoso e deu tudo certo, graças a Deus.
Te pegou no susto, mas você conseguiu reagir a tempo?
Nossa, Graças a Deus! Foi realmente no susto mesmo. Eu tive minha primeira aula na quinta-feira, aliás, acho que foi na sexta-feira, voltei no sábado para SP, para pegar minhas coisas – muita mala – voltei para Goiânia, já tinha lugar pra ficar, então foi realmente tudo no susto, mas deu tudo certo, eventualmente.
Também gostaríamos de saber um pouco desse processo de inspiração dessa homenagem tão bonita que você fez pra UFG com essa tatuagem. Como foi, quais foram as marcas que a UFG te deixou para que você quisesse externalizar essas marcas e também eternizá-las, a ponto de virar uma tatuagem?
Eu sempre tive vontade de cursar um ensino superior, mas era um desejo mais amplo, não precisava necessariamente ser em uma universidade pública ou particular, mas acabou sendo pública, melhor ainda! E a UFG me surpreendeu muito, porque eu não a conhecia. Eu sou de SP, então eu conhecia as “Três Grandes” daqui, além de algumas em Minas Gerais e algumas do Sul, mas eu conhecia mais a Unesp, Unicamp e USP, porque são exemplos pra gente, é igual acontece muito em Goiânia: as pessoas querem muito passar na UFG.
É como um projeto de vida?
Exatamente. As pessoas querem passar na UFG. Aqui em SP a gente tem mais isso com as “Três Grandes”. Então passar na UFG, conhecer o ensino de qualidade, conhecer Goiânia – que todo mundo sempre falou muito bem –, conhecer amizades que eu vou levar para o resto da minha vida, conhecer contatos profissionais, os melhores amigos que eu tenho hoje são de Goiânia, tenho diversas casas onde eu posso ficar quando eu for em Goiânia. A UFG me deu uma segunda vida. Às vezes minha mãe pergunta: “Nossa, mas você prefere Goiânia a Rio Preto?” e eu respondo: “Mãe, eu gosto muito daqui, só que em Goiânia eu tenho uma outra vida, eu tenho um outro estilo de vida.”
Goiânia é linda, não é?
Goiânia é maravilhosa! E eu não morava com meus pais, então eu tinha uma certa liberdade para fazer as coisas; eu conseguia ir para qualquer lugar, visitava diversos grupos de amigos. Não que aqui eu não tenha amigos, mas é uma outra história, uma outra perspectiva essa que a universidade te dá; ela te dá a liberdade de você sair do Negrão de Lima (que era onde eu morava), para ir no Câmpus Samambaia; ir numa chopada, ir conhecer a biblioteca! É um núcleo muito lindo que a gente não entende até a gente fazer parte, e quando a gente faz parte não quer largar, porque é uma vida muito boa, é uma vida excelente.
Tatuagem feita por Rafael
Acervo pessoal
[Sobre a tatuagem] Eu tenho 10 tatuagens, e todas elas fazem referência a alguma homenagem, alguma filosofia de vida que eu prezo muito, então eu tinha certeza que eu queria tatuar a UFG, porque o melhor momento da minha vida com certeza foi lá. Tudo bem que eu tenho só 23 anos, não é tanta vida assim, mas dessa minha breve vida, muito eu devo à UFG: as coisas que eu conheço, as pessoas que eu conheço, as conexões que eu fiz, até profissionalmente falando; meus primeiros estágios foram na UFG, ela me deu abertura pra fazer muita coisa.
A Universidade me deu uma outra perspectiva; quando eu olho para essa logo, eu vejo recordações, não vejo só um câmpus, só uma instituição acadêmica, mas vejo muita coisa: vejo a minha vida de 2017 até 2021. Assim, sempre tive muito claro que queria fazer essa homenagem, para não ter só na minha memória, mas também ter na minha pele. É uma coisa que eu também quero fazer com a minha escola do ensino fundamental e médio, que fiz tudo praticamente em um só lugar que foi realmente uma casa pra mim. São homenagens que eu tento levar pra poder falar com meus filhos, para quando eu conhecer uma pessoa nova, eu poder falar: “Ah, essa aqui é a UFG!”
Eu levo na minha pele várias histórias. Quero, quando eu tiver o corpo mais cheio de tatuagens, poder fazer como se meu corpo fosse um museu mesmo, para poder dizer: “olha, isso aqui eu tatuei por causa disso, disso...” Todas as minhas tatuagens têm um significado, sabe?
Foram 4 anos e meio bem vividos, na graduação, na UFG, em Goiânia?
Muito, muito. Totalmente, completamente. Não mudaria uma vírgula, acho que tudo foi da forma que tinha que ser e foi tudo muito, muito lindo, muito especial; eu fico todo emocionado quando eu olho pra trás e me vejo calouro conhecendo as coisas, conhecendo o campus.
Vendo um macaco pela primeira vez!
Exatamente! Vendo um macaco pela primeira vez, é tudo muito significativo. Pra mim é super especial, está na minha pele, está na minha mente, é tudo maravilhoso! Eu me sinto muito orgulhoso de ter feito parte dessa Instituição, de verdade!
Aqui na Sempre UFG, nós dizemos que uma vez UFG, Sempre UFG. E é pra isso que a Sempre UFG existe, é um sonho do nosso reitor que tem se tornado realidade: trazer os egressos para perto, estarmos sempre juntos, sempre perto; seja oferecendo cursos para os egressos, seja trazendo os egressos para darem cursos para outras pessoas. Porque a UFG não é só uma universidade, é muito mais do que isso, se eterniza na nossa vida, divide nossa vida em “antes da UFG” e “depois da UFG”
Com certeza! Nossa, eu concordo com tudo o que você disse, acho que [A UFG] pra mim é uma família. Eu quero, daqui a 10 anos, poder retornar, ver minha turma; quero sempre manter contato, porque são contatos, são memórias que… Nossa! Eu realmente vou ser aquele pai chato que vai ficar contando para os filhos tudo o que passou, e vai ser ótimo, porque em quase tudo vai ter a UFG. São momentos muito bons, momentos em que a gente está se conhecendo, não somos adolescentes, mas também não somos adultos, é uma fase de descobrimento de várias coisas, da vida em si, de cartão de crédito, de aluguel, boletos, pegar o ônibus… São coisas que vamos aprendendo na faculdade, isso é ótimo! É super um laboratório de como ser adulto. Eu acho isso fantástico!
Fantástico também é conhecer as trajetórias de nossos egressos!
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Fonte: Sempre UFG